No que invisto? Entenda como analisar suas possibilidades

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Se você é aquela pessoa que passa longe dos temas de finanças, ou porque acha tudo muito chato, ou porque é tudo muito complicado, esse é o texto que pode te despertar mais interesse (espero!).

Muitas vezes, de tão complicado que parece ser, as pessoas direcionam suas economias para a poupança, mas essa decisão tem um elevado custo que elas nem sequer imaginam.

Esse tema me surgiu porque pedi a uma amiga me mandar temas (dúvidas) para escrever aqui, e ela me respondeu: “Nat, acho que pra ter dúvidas eu preciso entender um pouco mais…rs”.

Mal ela sabe que esse já é um excelente tema!

E de fato, eu me vejo com essas dúvidas “do que analisar/o que eu preciso saber” quando se trata de computador, por exemplo. Recentemente eu comprei um notebook e foi um tormento entender o que melhor se encaixava a mim.

Foi necessária muita pesquisa na internet (e perguntas a amigos entendidos), assim como eu elencar as minhas prioridades: tinha que ser leve (mobilidade), tinha que ter boa capacidade de memória e tinha que durar pelo menos uns 5 anos.

Depois de tudo isso, senti que fiz uma boa compra, com um excelente custo x benefício, mesmo eu não sendo muito entendida no assunto. O que o Google não faz por nós, não?

Ligando isso ao nosso tema, irei elencar alguns pontos que você precisa se perguntar para investir melhor, ou apenas em algo diferente da poupança (que já vai ser ótimo):

1-Qual é o meu objetivo?

Isso pode ser bem amplo e por isso é normal você ter mais de um objetivo. As pessoas poupam para a aposentadoria, para comprar uma casa, um carro, fazer uma viagem, casar, comprar uma bicicleta, ou (por que não), para parar de trabalhar.

Para cada tipo de objetivo, existe um tipo de investimento que melhor se encaixará.

Isso porque, para você juntar dinheiro e comprar uma casa, pode ser que demore uns 10 ou 15 anos (sendo otimista com os valores dos imóveis de hoje). Já para uma viagem, pode ser questão de 1 ano ou menos.

Nesse ponto você pode elencar os seus objetivos de:

Curto prazo: 2 anos

Médio prazo: 2 a 5 anos

Longo prazo: acima de 5 anos

2- Quanto tempo posso esperar para resgatar meu investimento?

Sabendo o seu objetivo, você saberá quanto tempo poderá esperar para resgatar seu investimento.

Todo investimento tem a sua regra de prazo de resgate. Via de regra, quanto mais longo é o prazo de resgate, mais rentabilidade o investimento pode lhe trazer.

Essa relação de rentabilidade x prazo de resgate dos investimentos, normalmente é uma “moeda de troca”: para que você deixe o seu dinheiro por x anos rendendo, você espera que ele lhe entregue um bom retorno.

Exemplo:

Eu casei recentemente (foi um objetivo financeiro de curto prazo, pois tive 1 ano para planejar) e por isso eu tinha contas mensais relativamente altas, portanto eu precisava deixar a maior parte do valor investido com resgates diários (aquele que você pede o resgate num dia e nesse mesmo dia o dinheiro estará em sua conta bancária, rápido como a poupança).

Porém, eu tinha algumas contas que apenas pagaria no final do ano, portanto eu deixei o valor investido a prazo um pouco mais longo, esperando um retorno melhor em troca disso.

3- Os investimentos podem ter riscos, qual risco eu aceito correr?

Esse é um ponto muito importante na hora de você escolher seu investimento.

Todo mundo tem aquele amigo, ou já leu algum artigo de um cara que ganhou muito dinheiro no mercado de ações. Pois bem, normalmente você só escutará quando essas pessoas conseguem altos retornos, nunca quando têm prejuízos.

É essencial entender que tudo que vai te render elevados retornos pode lhe custar amargos prejuízos por longos meses. Apenas você pode dizer se aguentaria esses meses amargos ou não (ou até mesmo se tem esse prazo para aguentá-los).

No mercado de investimentos há opções para todos os gostos, quando falamos em risco.

Você tem desde aquele investimento que vai te render todo mês a mesma coisa, sem surpresas, até os mais “punks” com retorno elevadíssimo em um mês, e negativo em outro.

O ideal nesse ponto é concluir que os investimentos para os objetivos de curto prazo (1 a 2 anos) nunca podem tomar muito risco, pois você está contando com esse valor e não pode esperar se estiver em um “mal momento”.

A partir dos investimentos de médio prazo já dá para acrescentar investimentos que busquem maiores retornos, pois se tiver momentos ruins, você ainda terá um prazo para essa recuperação.

Elencadas as prioridades, vamos lá!

Após entender qual o seu objetivo, quanto tempo esse valor ficará aplicado e qual o tipo de risco que aceita, você precisa saber 4 coisas para poder fazer sua busca:

  1. Quanto de rentabilidade esse investimento oferece no ano: Sempre pense na rentabilidade anual para facilitar sua comparação. Já digo a rentabilidade porque todos os custos de um fundo de investimento, por exemplo, já estão abatidos do que vê da rentabilidade.
  2. Qual é o prazo de resgate: o tempo em que o valor demorará para ser liberado a você. Apenas lembre-se: quanto mais longo, mais você deve exigir de rentabilidade.
  3. Qual o seu risco: conservador (retorno consistente), moderado (retorno pode variar, ora maior, ora menor) ou agressivo (retorno varia muito para cima e para baixo).
  4. Qual é a sua tributação: Como existem diversos tipos de investimentos, também existem diferentes alíquotas de imposto de renda para cada um (alguns são até isentos). Via de regra o IR apenas incide sobre a rentabilidade.

Ok, já sei meu objetivo, já sei o que analisar nas opções de investimentos, onde eu compro isso?

Há algum tempo está acontecendo um grande movimento de pessoas que antes investiam através de seus bancos, e hoje buscam melhores retornos em plataformas de investimentos e ou corretoras.

O que seria uma plataforma de investimento? Ou corretora?

São intermediários que vendem os mesmos produtos que o seu banco, porém com retornos melhores. Digo o mesmo produto, apenas porque são produtos com as mesmas características, porém a fórmula pode mudar um pouco.

Como eu adoro uma analogia, aqui vai um exemplo prático:

As plataformas de investimento ou corretoras são como corretores de seguros. Quando você faz um seguro para o seu automóvel, você contrata de um corretor, mas o plano é da Porto Seguro, ou Sul America, ou Tokio Marine, etc…

Normalmente você opta pelo seguro que te oferece a melhor relação custo x benefício, isso porque você consegue ter acesso a diferentes seguradoras, ou seja, eles precisam ter bons diferenciais para conseguirem ser atrativos.

No banco só tem produto de uma marca, qual a chance de ser o melhor? Zero!

Ao meu ver, a maior dúvida das pessoas em trocar o banco para investir via plataformas ou corretoras é a questão da segurança.

muita dúvida sobre isso. Entendo que esse seja um tema super pertinente para um próximo artigo, mas de largada já posso dizer que aplicando em um banco ou aplicando em uma corretora/plataforma de investimentos você está correndo os mesmos riscos.

Isso porque essas corretoras são apenas intermediarias, como descrevi no parágrafo acima, portanto o seu risco será do CDB que comprou (que hoje em dia tem um limite altíssimo de FGC), ou do fundo de investimento que escolheu.

Bom, agora é só você achar uma plataforma de investimento para chamar de sua! Neste artigo da revista Exame, você vai conhecer 7 plataformas online disponíveis no Brasil. A maior delas hoje é a XP Investimentos, mas vemos outras boas despontando também como a Órama, Rico, Easyinvest, Guide, Genial, Modal, etc…

É até interessante o sistema dessas plataformas porque, mesmo você não sabendo ao certo o que quer, você pode acessá-las e terá uma lista de alternativas já descrevendo todos os pontos de observações que apresentei a vocês (rentabilidade, prazo de resgate, risco e tributação).

Algumas delas eu sei que até tem simuladores do quanto aquele investimento ou outro, rende a mais que a poupança.

Levar o aprendizado para a vida real

Nesse artigo eu tentei mostrar o que de fato você precisa analisar das opções que o mercado lhe oferece, ou até mesmo, o que deve ter em mente quando procurar por um investimento.

Isso você já pode começar a aplicar tentando entender o que o gerente do seu banco está te oferecendo, ou até mesmo buscando em plataformas de investimentos, como mencionei anteriormente.

Uma dica rápida é se você está começando a investir, procure sempre por algo conservador, como a Renda Fixa.

O importante é não se sentir desconfortável quando você lê ou escuta aquelas sopas de letrinhas todas: que o investimento rende x% do CDI, ou que aquele CDB está com pior rentabilidade porque a LCI é isenta de IR e com isso fica mais atrativa.

Ainda não sabe o que é CDB? Sugiro a leitura deste artigo para entender de maneira super fácil o que é um CDB.

Espero que agora você esteja com vontade de pesquisar sobre as plataformas de investimento e tentar entender as opções que oferecem.

Se você já investe em alguma plataforma nos conte em qual e por que a escolheu.

Natália Coura é autora convidada do Blog do Investidor e profissional da área de investimentos.

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3 COMMENTS

  1. Prezada Natália, parabéns pelo artigo, desde o 1T16 que possuo investimentos em duas plataformas, Easynvest é Rico, na primeira invisto em Tesouro Direto, já na segunda em ações. Recomendo as duas corretoras. Um abraço. Sucesso!

    • Olá Luan, obrigada! que bom que gostou do artigo!
      Bacana que você já possui duas plataformas, ambas tem diversos investimentos bons para compor sua carteira.
      Obrigada pelo feedback!
      Abraços